LEODÁRIO
SCHUSTER
Quando o povo sai às ruas
A história é o melhor testemunho de
que, quando o povo sai às ruas bradando por justiça é porque ela realmente está
decadente. O Estado existe única e exclusivamente para “executar as tarefas que
individualmente o povo não tem poder”, essa é uma definição simplória, mas de
fácil compreensão. Modernamente nenhum povo subsiste sem o “amparo” da figura
jurídica do Estado. O importante que para essa existência e manutenção do
Estado é imprescindível a idéia de ordem. Todo e qualquer tumulto generalizado,
como os que estamos vivenciando, devem ser, estancado de forma rápida e as
reivindicações atendidas pelos representantes do Estado, sob pena de o caos se
sobrepor à ordem.
É inadmissível que a sociedade civil
sofra duas vezes, a primeira pela inoperância do Estado em proporcionar o
básico que é a execução das tarefas a ele inerentes e a segunda é deixar que a
desordem e o vandalismo praticado por oportunistas de plantão venham a onerar
mais ainda a convivência em estado pacífico, harmonioso, econômico e social de
uma comunidade. Urge que seja aplacada a ira do povo pelos legítimos
representantes, dando um fim às manifestações, tendo em vista que elas saíram
do controle das autoridades responsáveis pela segurança. Já não é mais possível
distinguir o manifestante pacífico do saqueador profissional.
O povo deu o seu recado de
insatisfação generalizada com a atuação de seus representantes, é chegado o
momento de dar uma pausa. Segundo a presidente ela ouviu as vozes das ruas.
Como ela e os demais que atualmente ocupam o poder de Estado pensavam que o
povo estava morto, as vozes que se ouvem não são das ruas, mas sim, do além. São
vozes, que deram seu recado e devem aguardar que a gastança e a corrupção
tenham um basta. É compreensível que as coisas não aconteçam de imediato, foram
anos de descaminho que para voltar à ordem e o Estado passar a cumprir o seu
papel constitucional será necessário algum tempo. Portanto, é hora de esperar
sob pena de o movimento ser dominado por pessoas que só tem como objetivo
assaltar e vandalizar e consequentemente cairá na antipatia do povo de bem.
Jovens e velhos
Aos
poucos a juventude foi acordando do sono letárgico provocado pelas falsas
promessas, motivados pelo descaso para com a educação, saúde, transporte,
segurança e tantos outros serviços de responsabilidade do Estado. As ruas foram
tomadas pelos jovens de hoje e alguns velhos, que foram os jovens de ontem. Os
velhos de hoje, que foram os jovens de ontem ficaram em seus lares, ao abrigo
de suas aposentadorias. Mas não ficaram inertes, estavam torcendo para que os
jovens reivindicadores de ontem e antigos construtores da pátria fossem lembrados.
Ah! Seria tão bom se os jovens de hoje, que serão os velhos aposentados de
amanhã, reivindicassem também pelas suas aposentadorias, que diminuem
diariamente a ponto de em dez anos perderem aproximadamente 60% de seu poder
aquisitivo. Jovens de hoje gritem também pelos jovens de ontem, eles precisam
de suas vozes para ser ouvidos. Velhos de hoje busquem as forças da sua
juventude, abandonem suas pantufas, peguem suas bengalas, saiam às ruas e unam
suas vozes roucas ao clamor das vozes jovens e bradem por seus direitos. Relembrem,
povo que não tem virtude acaba por ser escravo do sistema injusto e cruel que
vigora nesta Pátria amada, Brasil.
Desoneração de tributos
Depois
das manifestações, como por um passe de mágica, projetos que estavam há mais de
dez anos em discussão para serem votados, visando desonerar de tributos
serviços, como o transporte urbano estão sendo votados se a desoneração de
tributos como PIS e CONFINS está acontecendo hoje depois da gritaria, qual a
razão de terem existido, para onde iam e qual seria a finalidade? Tudo não será
igual a CPMF cujo destino era “difuso” terminou e não fez falta. O Estado
arrecada tanto que algumas “migalhas” podem perfeitamente serem desprezadas
para acalmar as revoltas.
Não sabem que não sabem
"Há pessoas que não conseguem
perceber o que se passa ao seu redor. Não vêem que não vêem, não sabem que não
sabem". Pequeno relato. Zé caiu em um poço e está a 10 metros de
profundidade. Olhava para os céus e não viu o buraco. Desesperado, começou a
escalar as paredes. Sobe um centímetro e escorrega. Passou o dia fazendo
tentativas. As energias começaram a faltar. No dia seguinte, alguém que passava
pelo lugar ouviu um barulho. Olhou para o fundo do poço. Enxergou o vulto de
Zé. Correu e pegou uma corda. Lançou-a no buraco. Concentrado em seu trabalho,
esbaforido, cansado, Zé não ouve o grito da pessoa: "Pegue a corda, pegue
a corda". Surdo, sem perceber a realidade, continua a tarefa de escalar,
sem sucesso, as paredes. O homem na beira do poço joga uma pedra. Zé sente a
dor e olha para cima, irritado, sem compreender nada. Grita furioso:
-
O que você quer? Não vê que estou ocupado?
O
desconhecido se surpreende e volta a aconselhar:
-
Aí tem a corda, pegue-a, que eu puxo.
Mais
irritado ainda, responde sem olhar para cima:
-
Não vê que estou ocupado, ó cara. Não tenho tempo para me preocupar com sua
corda.
E
recomeça seu trabalho. Parábola: "Zé não vê que não vê, não sabe que não
sabe". Os nossos governantes e políticos não perceberam a corda que a
galera há tempos joga para que eles possam sair do fundo do poço. Não vêem que
não vêem, não sabem que não sabem. Fonte: Newsletter Migalhas.
29% dos alimentos contém
agrotóxicos além do permitido
Nada menos que 29% dos alimentos 'in
natura' consumidos pela população contém agrotóxicos acima do limite permitido
por lei. A revelação consta em um estudo realizado pela Embrapa Meio Ambiente
chamado "Análise das violações encontradas em alimentos nos programas
nacionais de monitoramento de agrotóxicos" Fonte: Agrolink
Para reflexão
"Existem
apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a
outra é que tudo é um milagre." Albert
Einstein
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