quarta-feira, 30 de junho de 2010

PABLO NERUDA

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te. Por isso te amo quando não te amo e por isso te amo quando te amo.

Pablo Neruda

PABLO NERUDA

É Proibido

É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Pablo Neruda

sábado, 19 de junho de 2010

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER
leodario.schuster@terra.com.br
Em clima de copa do mundo, comecei a prestar mais atenção aos noticiários, principalmente os televisivos onde os assuntos pertinentes à competição ocupam quase que a totalidade do espaço. A nítida impressão é de que o país não possui mais problemas internos, que não existem mais diferenças econômicas entre o povo brasileiro. Como nos últimos dias estou com mais tempo para dedicar-me à leitura de jornais e algumas obras literárias, me permiti observar as causas de algumas diferenças entre os países mais evoluídos com aqueles que estão em fase de crescimento. Na verdade o que comecei a perceber foi à indolência que toma fôlego cada vez maior do povo brasileiro com referência as atitudes hipócritas de muitos políticos que descaradamente demonstram a falta de patriotismo, tendo como pedestal um povo que já não mais conhece o verdadeiro amor à Pátria. Vai às lágrimas com o Hino Nacional executado nos estádios desportivos, mas o ignora no cotidiano.
Essa introdução tem o sutil objetivo de abordar a campanha que está sendo desenvolvida para minimizar a escalada vertiginosa dos entorpecentes, em especial ao crack, que por ser mais barato toma conta de todas as camadas sociais. Naturalmente é um gesto meritório, principalmente por reunir todos os poderes da República em torno do grito aflito de socorro dos cidadãos brasileiros, motivação esta provocada pela mídia. Mas, sempre existe um “mas”, nem sempre o povo, aquele que está com a cabeça na guilhotina, cumpre seu papel. Explico melhor, inúmeros são aqueles que conhecem uma ou mais “boca de fumo”. Sabem quem são os Fernandinhos, os Marquinhos... geralmente os poderosos do tráfico têm um carinhoso diminutivo no nome talvez seja por isso, ou então por intimidação que as pessoas não os denunciam. O medo de se envolver, de se complicar é tão grande que inibe a vontade de abrir a boca e silenciosamente compactua-se com os senhores do tráfico. Transpondo para o assunto uma frase de Paulo San’Ana “Não há nada mais imperfeito na natureza que a mente humana”, não concordo literalmente com ele, talvez não haja nada mais imperfeito para o mal. Para o bem é exatamente o inverso. Esse sonho de acabar com as dependências de drogas químicas, como o álcool, o crack, a cocainha, etc., não será destruído. Juntos haveremos de vencer.
ONU diz que o Brasil será um dos grandes exportadores agrícola
O mundo vai precisar de muita carne, açúcar e soja nos próximos dez anos, e o Brasil vai suprir boa parte dessa demanda, de acordo com estimativas da FAO - Agência para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas.
Segundo a agência, a produção de açúcar deve crescer 31% e colocar o país na liderança do comércio internacional. O relatório da FAO também prevê que um terço da carne que vai abastecer o planeta sairá dos frigoríficos brasileiros.
O relatório também aponta uma grande expansão da produção de soja no Brasil. nos próximos dez anos, o país poderá se tornar o maior exportador mundial do produto, superando os Estados Unidos. Além disso, o crescimento da produção agrícola de um modo geral deverá ser superior a 40% até 2019, o dobro da média mundial. Isso deve acontecer porque, além de terra e água abundantes, a tecnologia no campo também tem evoluído muito.
Para Francisco Schardong, diretor da Farsul, Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, "se tivermos uma política agrícola que nos ampare de modo mais permanente, vamos chegar a esses valores de produção tranquilamente". Penso que um dos principais pontos para alavancar o desenvolvimento deve passar pela seriedade de nossos governantes. Foram só alguns meses de boas chuvas, para citar um exemplo, a soja com cotações internacionais há um bom tempo acima dos US$ 9.00 dólares o bushel, que já está sendo cogitada uma revisão nos preços mínimos assegurados no “papel” aos produtores, para baixo naturalmente. Não demonstram nenhuma preocupação em relação ao trigo que outrora era considerado alimento estratégico e hoje não encontra mercado, com o milho que em condições normais de produção não cobre os custos, ficando a mão de obra do agricultor sem qualquer remuneração.
Corrida acelerada pelo cultivo de eucalipto no Estado de São Paulo
O plantio de eucalipto atualmente atrai produtores pelos seus baixos investimentos, manejo simples e demanda aquecida. Num caminho inverso nossos agricultores plantam milho, soja, trigo, etc., em terrenos impróprios a agricultura, mas aptos à silvicultura. Os grandes consumidores de lenha do município são obrigados a manter fornecedores de outros municípios e não raro as florestas plantadas estão a mais de 150 km. Atualmente existe no município a lei de incentivo ao florestamento, talvez não esteja sendo divulgada, ficando mais uma lei de incentivo sem incentivo. No âmbito estadual, o anarquismo que reinou por alguns momentos, onde anos de pesquisas foram destruídos como forma de expressar uma situação que nada tinha a ver com as florestas, deve ter anestesiado a vontade de mais produtores se incorporarem nessa importante tarefa que proporciona, além de um bom rendimento econômico, ser mais segura e gerar uma significativa fonte de energia. Além de proporcionar mão de obra, principalmente na colheita, que se dá em cinco a seis anos, segundo os silvicultores paulistas esse é o maior investimento em todo o processo produtivo.
Plenário pode votar projeto sobre banda larga nas escolas e visitas dos avós
Divulgada pela Agência Câmara, notícia de que ainda essa semana deverá ser votado na Câmara Federal o projeto que garante o direito de visita dos avós aos netos quando os pais forem divorciados, também a ampliação do acesso à internet de banda larga nas escolas até o ano de 2013. Se o descaso dos governantes com referência a construção de escolas, pois muitos alunos estudam em containeres, igrejas e galpões, sem luz, água potável ou saneamento básico persistir, assim como o desprestigio aos professores e policiais, a banda larga será mais um projeto eleitoreiro e facilitador para alguns ganharem dinheiro, pois é sabido que os amigos do alheio, ainda mais se o alheio for público, logo, logo levarão os equipamentos que se transformarão em alguns gramas, ou pedras para serem cheiradas ou fumadas. E tudo se transformará em fumaça.
Grande e importante notícia
De última hora está sendo manchete nos noticiários que o Presidente Luizinho sanciona a Lei dos 7,7% aos aposentados. Enfatiza o Presidente de que não é uma atitude eleitoreira. A conclusão é nossa. “Mas sim um reconhecimento pelos relevantes trabalhos dos aposentados no desenvolvimento do país”. Buenos Aires, Paris e Orlando, preparem-se para serem invadidas por anciãos de bengala em punho para “gastar o grande feito do estadista que os governa”
Para reflexão
• "O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, mas por aquelas que permitem a maldade." Albert Einsten

quinta-feira, 10 de junho de 2010

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER
leodario.schuster@terra.com.br

Um dos assuntos que causa preocupação e que está dominando as atenções se refere à educação. Os técnicos políticos entendem que a qualificação do professor é fator predominante para uma boa educação, por isso a qualidade do professor deve ser medida pela meritocracia. Ou seja, passar uma borracha no passado e se lançar de cabeça num futuro incerto. Para atuar como profissional no magistério é necessário concluir uma faculdade e no mínimo, para suprir os anseios da sociedade contemporânea, fazer uma pós-graduação e prestar concurso público, que é preparado de acordo com a ideologia predominante no momento. Continuando o percurso resta ainda passar no concurso e ficar na fila de espera para ser chamado, fazer exame de saúde e finalmente ser nomeado e empossado no cargo. E uma longa trajetória. Segundo alguns “especialistas em educação e os palpiteiros de plantão” somente as pessoas menos capacitadas escolhem “ser professor” porque não exige muita capacitação, em geral são pessoas que não se destacam na vida escolar, que os mais talentosos procuram outras atividades (zero hora 30.05.2010, pg. 4). Esquecem eles que ainda existe para algumas pessoas a “vocação”, para outras a “limitação financeira” e que se todos escolhessem serem médicos, odontólogos ou qualquer outra profissão de “destaque” a escola terminaria. Quem, mas quem seria o temerário a se dedicar a uma atividade que não remunera decentemente, não dá prestígio e nem sempre é respeitada em sala de aula, e raras vezes recebe a consideração dos pais, não fosse um dom, uma vontade enorme de compartilhar conhecimentos. Exceções existem, como em qualquer profissão. Atualmente lecionar se torna muito difícil. O temerário mestre tem que enfrentar os celulares, os fones de ouvido, os torpedos, as gracinhas, tudo isso sem mais aquela autoridade dos tempos antigos. Chamar a atenção de um aluno poderá acarretar inúmeros descontentamentos. Alguns pensam que educar os seus filhos é tarefa da escola, quando na verdade a educação e o respeito devem ser cultivados no lar. Quando esta tarefa é posta em prática na escola pode acirrar a auto-estima dos responsáveis.
O noticiário é farto quanto à violência dos jovens a ponto de muitas vezes provocar a morte. É essa violência gratuita que o professor enfrenta no ambiente escolar. Além de qualificar o professor, dar-lhe um salário digno é necessário urgentemente devolver-lhe a autoridade, o respeito e mecanismos que possam incutir aos jovens de hoje a cidadania de outrora. Muitas vezes a impressão que fica é que políticos e tecnocratas foram educados em outros países, não foi nessas salas de aula, que cursaram os primeiros anos escolares. Bem, o que pensar quando se faz uma lei para instituir a obrigatoriedade de cada escola ter uma biblioteca e o principal mandatário na nação tem o maior orgulho de ter pouco freqüentado os bancos escolares?
Pela reportagem conseguimos depurar que a meritocracia vem acompanhada de um bom salário, mas fica a pergunta: como fazer para ensinar se os jovens não desejam aprender? O importante é dar-lhes também um estímulo, ao menos com possibilidades de empregos dignos quando saírem da escola.
Agronegócio é quase metade do PIB do Sul
Mesmo com intensa industrialização, região depende dos negócios gerados no campo. Os três Estados da Região Sul já respondem por 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Conforme dados do IBGE, o Rio Grande do Sul possui o quarto PIB brasileiro – atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro –, o Paraná está em quinto lugar e Santa Catarina em sétimo. A posição no ranking nacional revela grande equilíbrio da economia nesses Estados. O Sul vive intenso processo de industrialização, mas grande parte da economia regional ainda depende dos negócios gerados no campo.
A produção da agricultura, da pecuária e das florestas quase não chega ao consumidor como produto primário. Passa, antes, por um intenso processo de agregação de valor pela indústria de transformação e da agroindústria, além de um bem estruturado modelo de conversão de proteína vegetal em produtos de origem animal. Considerada toda a cadeia gerada pelos produtos, o agronegócio representa quase 50% do PIB regional.
O Rio Grande do Sul detém 8,8% do PIB nacional e grande parte de sua economia é baseada na agricultura de grãos, soja, trigo, arroz e milho, na produção de fumo, na pecuária e na indústria de transformação de produtos do campo. O Estado se destaca em alimentos, fibras têxteis naturais, madeira e couro. Na última safra, bateu recorde na colheita de grãos, com 24,4 milhões de toneladas. A soja atingiu o maior volume individual, com 10 milhões de toneladas. A safra do arroz atingiu 8 milhões de toneladas o Estado detém 63% da produção nacional. Outro destaque é o trigo: junto com o Paraná, o Estado produziu 86,4% do cereal no Brasil. O Rio Grande do Sul é também o principal produtor de vinhos finos no País e a produção de fumo continua a ser uma atividade relevante no Estado e no País.
O Paraná responde por 6% da riqueza produzida no Brasil. Na safra 2009/10, o Estado reassumiu o primeiro lugar na produção agrícola nacional, com 31,4 milhões de toneladas, ultrapassando Mato Grosso. Apenas a soja respondeu por 14 milhões de toneladas. O Estado manteve a posição de maior produtor nacional de milho, com 12,6 milhões de toneladas. Lidera, ainda, na produção de feijão. A participação direta da agricultura no PIB paranaense subiu de 15% em 2007 para 18,5% no ano passado. O desempenho deve-se, sobretudo, à retomada na produção de soja e trigo e à expansão das áreas de cultivo da cana-de-açúcar. Na temporada 2009/10, o Paraná perdeu a posição de segundo maior processador de cana do Centro-Sul para Minas Gerais, mas pode recuperar a posição na safra atual, com previsão de moagem de 51 milhões de toneladas. A última safra foi prejudicada pelo excesso de chuvas.
Santa Catarina é o maior exportador de frango e de carne suína do Brasil. No ano passado, as duas principais empresas do setor no País, a Sadia e a Perdigão, se juntaram, formando a BR Foods, uma das maiores empresas de alimentos do mundo. As exportações de carne de frango somaram 3,63 milhões de toneladas em 2009, com receita de US$ 5,8 bilhões. Este ano, reduzidos os efeitos da crise global, o setor voltou a crescer, com aumento previsto de 5% no volume de exportação e de até 10% na receita. Fonte: O Estadão. Com esses números dá para pensar...
Para reflexão
"O homem aprendeu a escrever os defeitos no bronze e as virtudes na água." Beethoven