sexta-feira, 20 de março de 2015

Uma no cravo outra na ferradura

LEODÁRIO SCHUSTER

                                                                       Leodario.schuster@terra.com.br
Uma no cravo outra na ferradura
Sabem o que é o cravo? Nem mais nem menos que o prego que prega a ferradura na pata do burro ou do cavalo. Para que a ferradura fique bem pregada é necessário que o ferrador acerte sempre no cravo e não na ferradura. O ferrador (pode ser um ferreiro especializado ou um prático gaúcho) É um provérbio português, já foi muito usado, hoje um pouco abandonado, mas serve para o momento. Diz-se então que quem não sabe do que fala, ou do que faz, dá uma no cravo outra na ferradura, ou seja, acerta pouco. Assim está o governo e em especial a Presidente da República, dando uma no cravo e diversas na ferradura. Seus últimos pronunciamentos identificam uma pessoa que “está viajando em outro mundo”, fazendo comparações sofríveis e de extremo mau gosto. Já tivemos presidente que “preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo”, que expressou o desgosto com os aposentados chamando-os de “vagabundos”. Mas foi num passado distante e que queremos esquecer. Portanto “nem que a vaca tussa” não pode ser a âncora de uma grande mentira, ou melhor, de várias mentiras, engodos e cinismos institucionalizados.
Mas, enfim estamos partindo novamente para um processo duro e penoso de convencimento de que o país precisa mudar. – Isso aconteceu “recentemente” (sic) com a - Marcha da Família com Deus pela Liberdade, foi o nome dado para uma série de manifestações públicas que aconteceu entre 19 de março e 08 de junho de 1964, dando resposta a uma suposta ameaça comunista que representou o discurso realizado em um comício pelo então presidente da República João Goulart em 13 de março daquele ano. – incrível as coincidências de datas.  – Movimento das Diretas Já foi um movimento político democrático com grande participação popular que ocorreu no ano de 1984. Movimento favorável à emenda do deputado Dante de Oliveira para o restabelecimento das eleições diretas para a presidência da república. - Os caras-pintadas nome pelo qual ficou conhecido o movimento provocado pelos estudantes brasileiros e realizado no decorrer o ano de 1992 com o objetivo principal de articular o impeachment do presidente da república Fernando Collor de Melo, baseado nas denúncias de corrupção e de medidas impopulares, teve esse nome como marca registrada pelos jovens se apresentarem com o rosto pintado com as cores da bandeira do Brasil em suas manifestações.
Tudo isso aconteceu quando grande parte do atual eleitorado brasileiro sequer havia nascido e que, a história recente não gosta de mostrar. Por isso a natural dificuldade da atual Presidente em entender o processo contraditório às suas ideias. Ela é fruto de um tempo “escuro e duvidoso” em que determinados grupos de pessoas alimentadas por ideias Marxistas buscavam a tomada do poder. Então, na história tudo se repete, aqui e acolá e se “alguém ou alguns” gritam aos quatro ventos que lutaram pela democracia é mais uma mentira que como um mantra, cantado diversas vezes, quer “enfiar” na cabeça do povo exatamente o contrário do que pensavam. O Marxismo, Leninismo, Lrotskismo, Stalinismo ou o Comunismo Chinês jamais se coaduna com Democracia.
Babel
            O povo foi para as ruas também em junho e julho de 2013 e, como agora pediu uma coisa e veio outra. A capacidade que os atuais governantes têm de confundir a decodificação dos pedidos é incrível. O que o povo está pedindo agora? Fora Dilma! Deve ser entendido como fora esse modo de governar, prometer uma coisa para se eleger e entregar o contrário, pintar o mundo de cor de rosa e entregá-lo preto e fedorento. Constitucionalmente e democraticamente não existe outra saída a não ser um ajuste de rumos, suavizar nas medidas corretivas, o tesouro absorver os principais reajustes que são de combustíveis e energia elétrica de forma a não impactar tão violentamente na economia e, com isso frear a inflação que, se continuar assim, ultrapassarão os dois dígitos no segundo semestre. A presidente passou a falar em humildade como mágica, que tenha humildade de reconhecer seus erros enquanto ainda é tempo.
            Enquanto não houver uma decodificação correta do grito das ruas, elas tendem a permanecer cheias de protestos. Ouvir as vozes das ruas é diferente de ouvir vozes do além. Isso é tarefa para o presidente da Venezuela, Maduro ouve muito o Chaves. Falar em humildade e dialogo é pouco e contraditório aos pedidos. Está na hora de mudar o compasso “uma no cravo e outra na ferradura”, pois, já não serve para os momentos em que vivemos. Acabar com a torre de Babel é o grande motivo das manifestações. Se o povo pede pão, quer pão e não circo. No entanto, pela celeridade com que as coisas têm acontecido, novamente será lançada uma cortina de fumaça e as medidas serão inoperantes.
Primeiros estudos de perdas no pós-colheita iniciam este mês
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reúne-se, nos dias 17 a 19 de março, com os coordenadores dos três projetos contratados pelo CNPq para o Estudo das Perdas Quantitativas e Qualitativas na Pós-colheita e no Transporte de Grãos, em Brasília-DF. A reunião marca o início do estudo, que determinará os aspectos relacionados às perdas durante o transporte e na armazenagem de grãos de arroz e trigo, estocados em armazéns localizados nas principais regiões produtoras brasileiras: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Tocantins.
Para a execução das atividades, a Conab vai investir um total de R$ 4 milhões, durante o tempo de vigência do Termo de Cooperação, que é de 5 anos, podendo ser prorrogado por mais 12 meses. Nesse encontro, os pesquisadores irão apresentar os projetos de pesquisa e discutir com representantes da Conab a metodologia que será implantada em atendimento às necessidades e expectativas da Companhia.
Histórico - A Conab e o CNPq assinaram o Termo de Execução Descentralizada, no dia 08/09/2014, para selecionar e contratar os projetos de desenvolvimento científico, tecnológico e inovação, voltados para a análise das perdas agrícolas. "Esse estudo é uma demanda antiga do agronegócio brasileiro e de outros países produtores", explica o superintendente de Armazenagem da Conab, Rafael Bueno. "Quando concluídos, os trabalhos vão produzir informações fundamentais para a tomada de decisão e implementação de políticas para minimizar essas perdas", avalia. Fonte Conab
Para reflexão
Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.                    Erico Veríssimo