terça-feira, 21 de julho de 2009

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER
leodario.schuster@terra.com.br
A rotina de quem mora numa cidade do porte de Lagoa Vermelha é acordar cedo, tomar um mate e ouvir o noticiário, alguns no rádio, outros na televisão. Só muda o forma, pois as notícias são as mesmas. Outro dia a TV Globo no programa Bom dia Brasil, para variar apresentou a seguinte notícia: - Os parlamentares brasileiros são os mais caros do mundo, um minuto “trabalhado” no Congresso custa R$ 11.545,00 ao contribuinte. Cada senador não sai por menos de trinta e três milhões de reais e o custo anual de um deputado é de seis milhões e seiscentos mil reais. Os valores gastos com o congresso causam mais espanto quando comparados a países mais ricos que o Brasil. Se fizermos à média de custos de deputados e senadores cada parlamentar no Brasil sai por dez milhões e duzentos mil reais por ano. Na Itália três milhões e novecentos mil reais, na França dois milhões e oitocentos mil reais, na Espanha cada parlamentar custa por ano oitocentos e cinqüenta mil reais e na vizinha Argentina um milhão e trezentos mil reais. Esse custo se repete nas assembléias legislativas e o pior exemplo está em Brasília, cada um dos 24 deputados distritais custa por ano quase dez milhões de reais e os vereadores no Rio e São Paulo cada um sai por, pelo menos, cinco milhões de reais. E assim vai, passam para as contas secretas, os presídios lotados... futebol e depois, para alguns, a saída para o trabalho outros tiveram que abdicar dessas preciosidades e continuaram “ignorantes”, pois o turno é bem mais cedo. Chega à noite! Ah! Com ela normalmente outro mate e o silêncio. Vai começar o horário das novelas. Crianças para o quarto, comentários somente no horário do intervalo, normalmente sobre as cenas proporcionadas pelos excelentes atores e atrizes, os formadores de época e de expressões.
Ainda bem que faltou luz
Em meu bairro, determinada sexta-feira, quando preparava a costela com vazio para assar na grelha, após alguns tremelicos as lâmpadas apagaram. Isso é hora de faltar luz, vai começar a novela! Gritaram todos. Bem deve ser por pouco tempo, onde estão as velas? A chama da lareira proporcionou a oportunidade de encontrá-las. Na penumbra a carne foi ao fogo. E agora? Entre um mate outro o que faremos, vamos prosear? E a chama da lareira a crepitar começando a aquecer a carne. É assim em casa de gaúcho lareira também é churrasqueira e sexta-feira é um dia “auspicioso” para isso. Falar o quê? Todos cansados, falar sobre trabalho? Um stress. Nisso alguém diz: e o violão, onde está o violão? Ah! No seco? responde o violeiro. Não seja por isso, vamos molhar a palavra. A chama das velas e o brilho do braseiro proporcionam um ar bucólico ao ambiente. A prosa corre solta e o dedilhar no violão encontra as primeiras notas musicais. Em pouco tempo a música toma conta do ambiente, o sorriso espontâneo aparece no semblante e a família reaparece, os amigos se encontram e o coração aquece. O amor toma conta do lugar, o aroma do assado se espalha com a mesma intensidade da cantoria. Mas estamos vivendo numa era em que as coisas acontecem de uma forma muito rápida. Fez-se a luz! Ela voltou! Os olhares se encontram o violeiro titubeia. Desliga-se a televisão, desligam-se as lâmpadas e a felicidade continua, sem violência, sem tramas mirabolantes para alguém tomar a mulher ou a fortuna do outro. Nada de noticiários. A gripe A que tanta audiência tem proporcionado à televisão inexiste. Que vida boa. Às vezes o progresso tem que ser esquecido, retornar as origens e curtir o escurinho, pena que não seja também do cinema. Bem vamos voltar ao mundo real. Um mundo em que a Igreja e outras Entidades sérias começam a se manifestar contra o desmando que assola o país.
Soja, as cotações continuam dando um rumo baixista
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o complexo soja tem operado com preços significativamente mais baixos. O clima favorável ao desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos que proporciona boas condições de crescimento vegetativo ocasionou um movimento acelerado de vendas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou no início da semana os percentuais de condições de lavouras, sendo 67% para lavouras entre boas e excelentes, 25% para situação regular e 8% para situação ruim e muito ruim. A colheita americana se inicia em setembro como os relatórios de estoques apresentam números muito baixos, ou quase nulos, ainda é possível uma boa recuperação. Se bem que não podemos esquecer que a China, o grande consumidor de proteína já está praticamente abastecida.
O Estado do Paraná poderá ter a maior safra de trigo dos últimos 20 anos
Com clima favorável, o Paraná tem potencial para colher até 3,21 milhões de toneladas do cereal, conforme projeção da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento - Seab. Se confirmado, será o melhor resultado desde o ciclo 1987/88, segundo noticia a Gazeta do Povo a safra paranaense de trigo 2009/10 poderá ser record. Para o agrônomo Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia, as chances da safra superar o record são altas. “É bem provável que isto aconteça. Não há previsão de geadas e as chuvas serão esparsas. O maior problema seria para quem plantou um pouco mais tarde, a partir da segunda quinzena de junho, porque as lavouras estarão mais sensíveis às chuvas”, lembra. O fenômeno climático El Niño, que começa neste mês e pode durar até um ano, poderá beneficiar a safra. “Vai chover 20% acima da média histórica nos três estados do Sul. Se as precipitações vierem na hora certa, com certeza vão ajudar”, afirma o meteorologista Expedito Rebello, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Se tais previsões se concretizarem, para o Rio Grande do Sul será um problema para as culturas de inverno e ótimo para as culturas de verão, soja e milho serão beneficiados pelo fenômeno El Nino.
Exportações brasileiras de milho poderão não corresponder às expectativas
As exportações brasileiras de milho começaram o ano com bons volumes. No primeiro semestre exportamos 3,4 milhões de toneladas de acordo com informações do Ministério da Agricultura. Agora as condições de mercado mudaram, cotações baixaram e o dólar fraco não tem dado nenhum suporte às exportações. Embora os europeus prefiram o milho brasileiro, e os países da Ásia e Oriente Médio sejam compradores novos, o mundo ainda sob o efeito da crise mundial o valor do final do produto fala mais alto. Os preços no mercado interno poderão melhorar no quarto trimestre do ano, embora não existam muitos indicativos para isso. O Ministério da agricultura projeta um número próximo a oito milhões de toneladas para exportação 2009. Analistas acham pouco provável, principalmente se o dólar permanecer nos patamares de R$ 1,90.
Para finalizar
Faço minhas as palavras de Fernando Pessoa em homenagem ao saudoso amigo Antonio Rodrigues da Luz:"O valor das coisas não está no tempo em que duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." Fernando Pessoa.