quarta-feira, 26 de novembro de 2008

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER
leodario.schuster@terra.com.br
O gesto
Uma imagem vale por uma vida inteira. Quem não lembra do pequeno chinês enfrentando os tanques na Praça da Paz Celestial há 15 anos? Gesto que a China até hoje não conseguiu apagar da memória da humanidade e hoje o local é tido como – Coração Simbólico da China – é só fechar os olhos e relembrar gestos que ficaram na história, por heroísmo, audácia, covardia, maldade, ou por tantos outros atributos que só ao homem é legado. Gesto: segundo o Mestre Aurélio Buarque de Holanda, significa: movimento do corpo, em especial da cabeça e dos braços, ou para exprimir idéias ou sentimentos, ou para realçar a expressão. O jornal Zero Hora, edição de 20 de novembro de 2008, trás em sua contracapa, assim como foi transmitido pela RBS TV, uma imagem, um gesto que certamente ficará na história da humanidade, ou ao menos numa parcela dela, dos professores Gaúchos. Nossa Governadora Yeda Crussius, com um olhar imponente e com o dedo indicador levado aos lábios ordenando silêncio. Silêncio a quem? Numa pequena pesquisa sobre o curriculum da Governadora, constatamos que antes de ser política ela foi professora, e antes de ser professora foi estudante e mais, sem aquelas que ela mandou fazer silêncio talvez ela não chegasse a ser governadora. Embora a cultura signifique pouco para exercer a política, qualquer um que tenha carisma, persistência, dinheiro e saiba ler e escrever algumas palavras e maior de 30 anos de idade pode ser governador de Estado ou Vice-Governador, já para a Presidência a pessoa precisa ser mais “madura” a Constituição Federal exige 35 anos completos. Professor não. Tem que cumprir uma longa jornada de estudos, graduação, pós-graduação e assim por diante. Ah! Enfrentar um concurso público, ter boa saúde, ser tolerante e tudo o mais que os professores sabem muito bem. Leio e releio livros de economia, sociologia, história e ouço o jargão popular e político que um povo para ser feliz e próspero deve contar com “educação, saúde, segurança e trabalho”. A educação sempre foi a base para o desenvolvimento da humanidade desde os primórdios da história, o “fiel da balança”. Educação é conhecimento. Nossos governantes, e parlamentares às vezes nos passam a impressão de que não freqüentaram uma sala de aula. Ou dela esqueceram. Estamos novamente envolvidos numa greve dos professores, prefiro usar esse termo, ao invés de magistério. No meu tempo, professor era reverenciado. Pessoa importante na comunidade. Professor e não trabalhador na educação. Termo antipático. Quem será que tem sua Carteira de trabalho assinada como profissão: trabalhador na educação? O professor, uso no masculino por força da história, embora a maioria sejam mulheres. Mulheres que enfrentam muitas jornadas de trabalho. Mulheres que além de preparar aulas, ministrar aulas, corrigir provas, cuidam da casa, dos filhos, do marido, e ainda encontram forças para complementar o ganho com outra atividade. Vejam o absurdo que é o pensamento de um comerciante de nossa comunidade: “as professoras gastam muito”. Sim, para um proprietário de loja, onde as professorinhas vão comprar doces para distribuir às crianças em sala de aula a situação delas é boa. Que ironia! São imagens, gestos e atitudes que mostram o caráter. A governadora talvez represente os tanques chineses, buscando seu alvo imaginário. Puxa que perigo essa gente representa. Agora o outro esse não representa nada, é apenas um que passou pela escola e das palavras das professorinhas nada aproveitou. Talvez para que o motivo da greve seja entendido, se faça necessário publicar o contracheque de uma professora do Estado do Rio Grande do Sul com pós-graduação, como fez o Paulo Santana ao publicar o contracheque de um policial gaúcho. Quem sabe o trabalho realizado por essas pessoas seja valorizado.
BC reforça orientação para bancos flexibilizarem o risco de operações de crédito rural
O diretor de liquidações e desestatização do Banco Central do Brasil (Bacen), Antonio Gustavo Matos do Vale, informou na segunda-feira (24), ao deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) que a instituição repassou ao Banco do Brasil e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) a orientação para que seja cumprida a carta-circular 3.345, de 15 de outubro, que flexibilizou as normas para análise de risco dos produtores rurais.
A informação é uma resposta à cobrança do parlamentar gaúcho, que na última quarta-feira (19), esteve em reunião com Matos e o gerente-executivo de Regulação e Controle das Aplicações Obrigatórias em Crédito Rural e do Proagro, Deoclécio Pereira de Souza, falando sobre entraves criados pelos bancos para liberarem financiamentos de custeios.
Segundo Heinze, um dos principais problemas é justamente a reclassificação de risco que está sendo feita pelos agentes financeiros quando os mutuários optam por prorrogarem suas dívidas ao amparo da lei 11.775. O parlamentar expõe que os bancos estão impondo inúmeras restrições para liberar o crédito rural.
Com a medida do BC, o deputado adverte que o risco do produtor deve ser mantido como estava antes da prorrogação. Fonte: inf. Dep Luiz Carlos Heinze
Governo desiste de restringir a compra de terras por estrangeiros
O presidente Luiz Inácio havia encomendado a Advocacia Geral da União, estudos visando restringir a compra de terras por estrangeiros, Devido à crise financeira internacional, o Palácio do Planalto determinou à AGU que mantenha na gaveta as propostas de mudanças na legislação para restringir a compra de terras por estrangeiros no país. O argumento para segurar pelo menos por ora essas medidas é que, num momento de escassez de crédito e de contenção de recursos, o governo não pode vetar ou restringir a entrada de qualquer tipo de investimento internacional. Urgentes até outro dia, quando a chamada "estrangeirização" das terras do país era apontada como uma espécie de ameaça à soberania nacional. As medidas estão prontas, desde setembro quando já havia no ar fumaça do estouro da crise internacional. O Presidente está muito preocupado em não desprezar qualquer investimento estrangeiro. Assim por ora está liberada a devastação amazônica.
As frustrações agrícolas se arrastaram por vários anos o sistema financeiro vai à caça Começou pelo Mato Grosso. Após quatro anos de alerta dos produtores o subprime agrícola rompeu, empurrando a agricultura para a pior crise de sua história. O trailer está sendo apresentado pelos bancos ligados às montadoras agrícolas que começaram a apreender nas propriedades rurais, plantadeiras, tratores e colheitadeiras que estavam como garantia de pagamento de financiamentos, isso pode se alastrar paras outras regiões, principalmente agora onde extensas áreas estão deixando de serem plantadas devido à falta de financiamentos. O risco produtor tratado pelo Banco Central chegará tarde.

Para Reflexão
"A coragem é a primeira qualidade humana, pois garante todas as outras." Aristóteles.

sábado, 22 de novembro de 2008

Coturno Noturno: Que nem Jesus.

Coturno Noturno: Que nem Jesus.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER

leodario.schuster@terra.com.br
As últimas manchetes de jornais, sobre as declarações dos estadistas, dos entendidos em economia e principalmente depois da eleição nos Estados Unidos o cenário econômico mundial fica cada vez mais imprevisível. Nosso presidente Luiz Inácio está sob os holofotes, dando conselhos e palpites, embora tenhamos que reconhecer que, depois do estrago feito pelo terremoto financeiro, não está muito difícil tecer considerações e críticas sobre o passado. O importante mesmo é ter alguma visão sobre o futuro. Algumas coisas sobre o Brasil estão num descompasso muito grande. As prioridades reais parecem que não estão sendo levadas em conta. Os setores imobiliários, automotivos estão recebendo socorro, alguns bancos ligados a montadoras já estão com as burras cheias de dinheiro para continuarem os financiamentos em longo prazo, embora a cautela seja maior. O que realmente preocupa é a falta de recursos para a agricultura. Estamos em meados de novembro e uma grande parcela de agricultores ainda não teve acesso ao crédito rural. As empresas, tradicionais financiadoras dos grandes conglomerados agrícolas, deixaram de financiar. Em alguns estados, áreas com mais de 100 mil hectares não estão sendo plantadas. O crédito oficial existe apenas no noticiário. Os próprios organismos internacionais que estimam a produção mundial já estão revendo suas primeiras projeções. O Consumidor está receoso em fazer compromissos, logo começará a temporada de promoções. O governo está fazendo o impossível para que o consumidor tenha confiança de que o país está vacinado contra a recessão.
Estimativa de produção para a safra de soja sofre corte
Diversos fatores, dentre eles a falta de recursos para lavouras de boa tecnologia, a safra brasileira de soja foi reduzida em 2,5 milhões de toneladas. A estimativa inicial estava projetada para 62,5 milhões, agora está sendo projetada para 60,0 milhões de toneladas. Quanto à Argentina permanece com uma estimativa de 50,5 milhões de toneladas e os chineses deverão produzir em torno de 16,5 milhões e como principais consumidores deverão importar 36 milhões de toneladas, A União Européia tem um potencial importador de 14, 0 milhões de toneladas. A produção mundial da oleaginosa está estimada pelo USDA em 235,74 milhões de toneladas, sendo que o relatório anterior previa 238,21 milhões de toneladas. Também os estoques de passagem foram reduzidos, se bem que não significativamente, ficando em torno de 54 milhões de toneladas. É importante considerar qual será o volume a ser destinado para a produção de biodiesel, uma vez que, com as atuais cotações do petróleo o combustível verde não deverá ultrapassar os percentuais já estipulados pela Petrobrás na mistura com o diesel.
A fraca exportação de milho manteve o mercado em baixa As oscilações de preços no mercado externo de milho não animaram as exportações, com isso o mercado interno ficou fraco e nominal, permanecendo a tendência baixista. A previsão de o Brasil exportar 10 milhões de toneladas do cereal não será alcançada, talvez 5 milhões seja um número mais realista. Muito contribuiu para isso o aumento da produção nos Estados Unidos e a crise financeira que apavorou o mundo nos últimos dias.
Coma fraca demanda insumos começam a baixar As empresas fornecedoras de fertilizantes iniciaram a readequação de seus preços, tendo em vista o alto estoque e a baixa demanda pela falta de crédito para os produtores. Mesmo assim para quem já comprou os insumos o custo ficou em torno de 34% maior na soja e praticamente 40% no milho. As últimas ofertas de uréia já indicam uma redução de preços na ordem de 27%. Isso indica que todos os fertilizantes dentro em breve voltarão a preços compatíveis, mas fora da melhor época de plantio. Esse é o ano do desespero, tanto para o produtor quanto para o fornecedor, pois também os herbicidas começam a apresentar leve tendência baixista.
Clima adverso prejudica culturas de inverno e causa preocupações quanto ao verão No Rio Grande do Sul, o excesso de chuvas está causando prejuízos à produção dos cereais de inverno, principalmente trigo e aveia. O trigo de boa qualidade tem um preço indicado de R$ 440,00 a tonelada e a aveia em torno de R$ 300,00 a R$ 330,00 a tonelada. Analistas indicam principalmente para o trigo uma tendência de preços mais fracos a curto prazo. Em algumas regiões os produtores simplesmente estão impedidos de colher a cultura de inverno e dar continuidade ao plantio das culturas de verão. Existe possibilidades de poucas chuvas para janeiro e fevereiro, época em que milho e soja mais consomem água.
Ulbra enfrenta sérias dificuldades financeiras Uma das conceituadas universidades do estado passa por um sufoco financeiro de grande proporção, segundo notícias os professores não receberam os salários de setembro e outubro. Como complicador da situação a Justiça do Trabalho mandou bloquear as contas da Universidade. Como a instituição recuperou seu título de utilidade pública, certamente vai resgatar sua condição de entidade filantrópica e com isso a anulação dos débitos fiscais e federais voltando a ter uma vida normal.
Ensino, Cursos e Convênios
A escola de Ensino Médio e Fundamental Duque de Caxias - CECLEA e o pólo da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, têm convenio com o CIEE, proporcionando a contratação de alunos estagiários, os quais têm além de conhecimento condições de contribuir com seu trabalho para o desenvolvimento das empresas e do comércio, inclusive proporcionando redução de custos aos contratantes. O contato pode ser feito junto às instituições de ensino.
Para o vestibular de verão estão sendo ofertados pelo pólo da UNOPAR os seguintes cursos: de graduação: Administração e Ciências Contábeis, Letras – Habilitação: Licenciatura em Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas; Pedagogia – Licenciatura; Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais (Sup. de Tec. em Adm. de Peq. e Médias Empresas); Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Serviço Social; Superior de Tecnologia em Marketing; Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental; Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos. Além do curso de Pós-Graduação em Direito Ambiental.
Para reflexão
"A confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio."
Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 4 de novembro de 2008

DIA NACIONAL DA CULTURA

Dia cinco momemoramos o dia nacional da cultura:
“... ensinar não se esgota no 'tratamento' do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível.”
Paulo Freire