quinta-feira, 27 de junho de 2013

FOLHA DO NORDESTE ed. 28.06.2013 - Quando o povo sai às ruas (reflexão) Jovens e velos...

LEODÁRIO SCHUSTER
                                                                                  Leodario.schuster@terra.com.br
Quando o povo sai às ruas

            A história é o melhor testemunho de que, quando o povo sai às ruas bradando por justiça é porque ela realmente está decadente. O Estado existe única e exclusivamente para “executar as tarefas que individualmente o povo não tem poder”, essa é uma definição simplória, mas de fácil compreensão. Modernamente nenhum povo subsiste sem o “amparo” da figura jurídica do Estado. O importante que para essa existência e manutenção do Estado é imprescindível a idéia de ordem. Todo e qualquer tumulto generalizado, como os que estamos vivenciando, devem ser, estancado de forma rápida e as reivindicações atendidas pelos representantes do Estado, sob pena de o caos se sobrepor à ordem.
            É inadmissível que a sociedade civil sofra duas vezes, a primeira pela inoperância do Estado em proporcionar o básico que é a execução das tarefas a ele inerentes e a segunda é deixar que a desordem e o vandalismo praticado por oportunistas de plantão venham a onerar mais ainda a convivência em estado pacífico, harmonioso, econômico e social de uma comunidade. Urge que seja aplacada a ira do povo pelos legítimos representantes, dando um fim às manifestações, tendo em vista que elas saíram do controle das autoridades responsáveis pela segurança. Já não é mais possível distinguir o manifestante pacífico do saqueador profissional.
            O povo deu o seu recado de insatisfação generalizada com a atuação de seus representantes, é chegado o momento de dar uma pausa. Segundo a presidente ela ouviu as vozes das ruas. Como ela e os demais que atualmente ocupam o poder de Estado pensavam que o povo estava morto, as vozes que se ouvem não são das ruas, mas sim, do além. São vozes, que deram seu recado e devem aguardar que a gastança e a corrupção tenham um basta. É compreensível que as coisas não aconteçam de imediato, foram anos de descaminho que para voltar à ordem e o Estado passar a cumprir o seu papel constitucional será necessário algum tempo. Portanto, é hora de esperar sob pena de o movimento ser dominado por pessoas que só tem como objetivo assaltar e vandalizar e consequentemente cairá na antipatia do povo de bem.

Jovens e velhos

            Aos poucos a juventude foi acordando do sono letárgico provocado pelas falsas promessas, motivados pelo descaso para com a educação, saúde, transporte, segurança e tantos outros serviços de responsabilidade do Estado. As ruas foram tomadas pelos jovens de hoje e alguns velhos, que foram os jovens de ontem. Os velhos de hoje, que foram os jovens de ontem ficaram em seus lares, ao abrigo de suas aposentadorias. Mas não ficaram inertes, estavam torcendo para que os jovens reivindicadores de ontem e antigos construtores da pátria fossem lembrados. Ah! Seria tão bom se os jovens de hoje, que serão os velhos aposentados de amanhã, reivindicassem também pelas suas aposentadorias, que diminuem diariamente a ponto de em dez anos perderem aproximadamente 60% de seu poder aquisitivo. Jovens de hoje gritem também pelos jovens de ontem, eles precisam de suas vozes para ser ouvidos. Velhos de hoje busquem as forças da sua juventude, abandonem suas pantufas, peguem suas bengalas, saiam às ruas e unam suas vozes roucas ao clamor das vozes jovens e bradem por seus direitos. Relembrem, povo que não tem virtude acaba por ser escravo do sistema injusto e cruel que vigora nesta Pátria amada, Brasil.

Desoneração de tributos

            Depois das manifestações, como por um passe de mágica, projetos que estavam há mais de dez anos em discussão para serem votados, visando desonerar de tributos serviços, como o transporte urbano estão sendo votados se a desoneração de tributos como PIS e CONFINS está acontecendo hoje depois da gritaria, qual a razão de terem existido, para onde iam e qual seria a finalidade? Tudo não será igual a CPMF cujo destino era “difuso” terminou e não fez falta. O Estado arrecada tanto que algumas “migalhas” podem perfeitamente serem desprezadas para acalmar as revoltas.

Não sabem que não sabem

"Há pessoas que não conseguem perceber o que se passa ao seu redor. Não vêem que não vêem, não sabem que não sabem". Pequeno relato. Zé caiu em um poço e está a 10 metros de profundidade. Olhava para os céus e não viu o buraco. Desesperado, começou a escalar as paredes. Sobe um centímetro e escorrega. Passou o dia fazendo tentativas. As energias começaram a faltar. No dia seguinte, alguém que passava pelo lugar ouviu um barulho. Olhou para o fundo do poço. Enxergou o vulto de Zé. Correu e pegou uma corda. Lançou-a no buraco. Concentrado em seu trabalho, esbaforido, cansado, Zé não ouve o grito da pessoa: "Pegue a corda, pegue a corda". Surdo, sem perceber a realidade, continua a tarefa de escalar, sem sucesso, as paredes. O homem na beira do poço joga uma pedra. Zé sente a dor e olha para cima, irritado, sem compreender nada. Grita furioso:
- O que você quer? Não vê que estou ocupado?
O desconhecido se surpreende e volta a aconselhar:
- Aí tem a corda, pegue-a, que eu puxo.
Mais irritado ainda, responde sem olhar para cima:
- Não vê que estou ocupado, ó cara. Não tenho tempo para me preocupar com sua corda.
E recomeça seu trabalho. Parábola: "Zé não vê que não vê, não sabe que não sabe". Os nossos governantes e políticos não perceberam a corda que a galera há tempos joga para que eles possam sair do fundo do poço. Não vêem que não vêem, não sabem que não sabem. Fonte: Newsletter Migalhas.

29% dos alimentos contém agrotóxicos além do permitido

Nada menos que 29% dos alimentos 'in natura' consumidos pela população contém agrotóxicos acima do limite permitido por lei. A revelação consta em um estudo realizado pela Embrapa Meio Ambiente chamado "Análise das violações encontradas em alimentos nos programas nacionais de monitoramento de agrotóxicos" Fonte: Agrolink  

Para reflexão

"Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar que não existem milagres e a outra é que tudo é um milagre."                                 Albert Einstein