quinta-feira, 10 de junho de 2010

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER
leodario.schuster@terra.com.br

Um dos assuntos que causa preocupação e que está dominando as atenções se refere à educação. Os técnicos políticos entendem que a qualificação do professor é fator predominante para uma boa educação, por isso a qualidade do professor deve ser medida pela meritocracia. Ou seja, passar uma borracha no passado e se lançar de cabeça num futuro incerto. Para atuar como profissional no magistério é necessário concluir uma faculdade e no mínimo, para suprir os anseios da sociedade contemporânea, fazer uma pós-graduação e prestar concurso público, que é preparado de acordo com a ideologia predominante no momento. Continuando o percurso resta ainda passar no concurso e ficar na fila de espera para ser chamado, fazer exame de saúde e finalmente ser nomeado e empossado no cargo. E uma longa trajetória. Segundo alguns “especialistas em educação e os palpiteiros de plantão” somente as pessoas menos capacitadas escolhem “ser professor” porque não exige muita capacitação, em geral são pessoas que não se destacam na vida escolar, que os mais talentosos procuram outras atividades (zero hora 30.05.2010, pg. 4). Esquecem eles que ainda existe para algumas pessoas a “vocação”, para outras a “limitação financeira” e que se todos escolhessem serem médicos, odontólogos ou qualquer outra profissão de “destaque” a escola terminaria. Quem, mas quem seria o temerário a se dedicar a uma atividade que não remunera decentemente, não dá prestígio e nem sempre é respeitada em sala de aula, e raras vezes recebe a consideração dos pais, não fosse um dom, uma vontade enorme de compartilhar conhecimentos. Exceções existem, como em qualquer profissão. Atualmente lecionar se torna muito difícil. O temerário mestre tem que enfrentar os celulares, os fones de ouvido, os torpedos, as gracinhas, tudo isso sem mais aquela autoridade dos tempos antigos. Chamar a atenção de um aluno poderá acarretar inúmeros descontentamentos. Alguns pensam que educar os seus filhos é tarefa da escola, quando na verdade a educação e o respeito devem ser cultivados no lar. Quando esta tarefa é posta em prática na escola pode acirrar a auto-estima dos responsáveis.
O noticiário é farto quanto à violência dos jovens a ponto de muitas vezes provocar a morte. É essa violência gratuita que o professor enfrenta no ambiente escolar. Além de qualificar o professor, dar-lhe um salário digno é necessário urgentemente devolver-lhe a autoridade, o respeito e mecanismos que possam incutir aos jovens de hoje a cidadania de outrora. Muitas vezes a impressão que fica é que políticos e tecnocratas foram educados em outros países, não foi nessas salas de aula, que cursaram os primeiros anos escolares. Bem, o que pensar quando se faz uma lei para instituir a obrigatoriedade de cada escola ter uma biblioteca e o principal mandatário na nação tem o maior orgulho de ter pouco freqüentado os bancos escolares?
Pela reportagem conseguimos depurar que a meritocracia vem acompanhada de um bom salário, mas fica a pergunta: como fazer para ensinar se os jovens não desejam aprender? O importante é dar-lhes também um estímulo, ao menos com possibilidades de empregos dignos quando saírem da escola.
Agronegócio é quase metade do PIB do Sul
Mesmo com intensa industrialização, região depende dos negócios gerados no campo. Os três Estados da Região Sul já respondem por 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Conforme dados do IBGE, o Rio Grande do Sul possui o quarto PIB brasileiro – atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro –, o Paraná está em quinto lugar e Santa Catarina em sétimo. A posição no ranking nacional revela grande equilíbrio da economia nesses Estados. O Sul vive intenso processo de industrialização, mas grande parte da economia regional ainda depende dos negócios gerados no campo.
A produção da agricultura, da pecuária e das florestas quase não chega ao consumidor como produto primário. Passa, antes, por um intenso processo de agregação de valor pela indústria de transformação e da agroindústria, além de um bem estruturado modelo de conversão de proteína vegetal em produtos de origem animal. Considerada toda a cadeia gerada pelos produtos, o agronegócio representa quase 50% do PIB regional.
O Rio Grande do Sul detém 8,8% do PIB nacional e grande parte de sua economia é baseada na agricultura de grãos, soja, trigo, arroz e milho, na produção de fumo, na pecuária e na indústria de transformação de produtos do campo. O Estado se destaca em alimentos, fibras têxteis naturais, madeira e couro. Na última safra, bateu recorde na colheita de grãos, com 24,4 milhões de toneladas. A soja atingiu o maior volume individual, com 10 milhões de toneladas. A safra do arroz atingiu 8 milhões de toneladas o Estado detém 63% da produção nacional. Outro destaque é o trigo: junto com o Paraná, o Estado produziu 86,4% do cereal no Brasil. O Rio Grande do Sul é também o principal produtor de vinhos finos no País e a produção de fumo continua a ser uma atividade relevante no Estado e no País.
O Paraná responde por 6% da riqueza produzida no Brasil. Na safra 2009/10, o Estado reassumiu o primeiro lugar na produção agrícola nacional, com 31,4 milhões de toneladas, ultrapassando Mato Grosso. Apenas a soja respondeu por 14 milhões de toneladas. O Estado manteve a posição de maior produtor nacional de milho, com 12,6 milhões de toneladas. Lidera, ainda, na produção de feijão. A participação direta da agricultura no PIB paranaense subiu de 15% em 2007 para 18,5% no ano passado. O desempenho deve-se, sobretudo, à retomada na produção de soja e trigo e à expansão das áreas de cultivo da cana-de-açúcar. Na temporada 2009/10, o Paraná perdeu a posição de segundo maior processador de cana do Centro-Sul para Minas Gerais, mas pode recuperar a posição na safra atual, com previsão de moagem de 51 milhões de toneladas. A última safra foi prejudicada pelo excesso de chuvas.
Santa Catarina é o maior exportador de frango e de carne suína do Brasil. No ano passado, as duas principais empresas do setor no País, a Sadia e a Perdigão, se juntaram, formando a BR Foods, uma das maiores empresas de alimentos do mundo. As exportações de carne de frango somaram 3,63 milhões de toneladas em 2009, com receita de US$ 5,8 bilhões. Este ano, reduzidos os efeitos da crise global, o setor voltou a crescer, com aumento previsto de 5% no volume de exportação e de até 10% na receita. Fonte: O Estadão. Com esses números dá para pensar...
Para reflexão
"O homem aprendeu a escrever os defeitos no bronze e as virtudes na água." Beethoven