terça-feira, 27 de julho de 2010

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER


leodario.schuster@terra.com.br


Nós, o povo, quando escolhemos nossos dirigentes, geralmente ficamos presos a uma imagem e não a pessoa. Os candidatos apresentam teatralmente um personagem moldado com um único fim: o de cativar o eleitor. Vivemos em um Estado democrático em que de tempos em tempos o povo tem a oportunidade de eleger, através do voto, quem conduzirá os destinos do país nos próximos quatro anos. Isso não implica em perpetuar no poder uma ideologia. Pelo que se apresenta, além de nos submetermos a diversas ideologias conflitantes, que compõe alianças sem nexo, visando unicamente alcançar o poder, aonde à personalidade humana vai para um escaninho e lá permanece mesmo depois da sonhada conquista. Com muita propriedade escreve Paulo Brossard na Zero Hora de 12 de julho, ao se referir que “um candidato a presidência da República presumivelmente deve ter uma conduta ilibada, isso quer dizer, salvo erro do articulista, não apresentar currículo oficial com títulos universitários inexistentes”. Onde está a personalidade? Candidatos afirmam não ser um poste embora de dedo em riste nos levam a crer sejam um poste, pois este não precisa ter personalidade para cumprir sua missão de ser um elemento de suporte para os cabos que conduzem energia elétrica e finalmente ser transformada em ‘luz”. Melhor seria se todos os candidatos tivessem luz própria. “Caros leitores e eleitores” , quando escolhemos determinado candidato para qualquer função pública estamos passando uma procuração em branco, ele poderá fazer o que der na telha, pouco se lixando para o povo.
Renda cai e ruralista já defende nova renegociação de dívidas
Por Mauro Zanata, em Valor Econômico
Um velho fantasma voltou a assombrar parte do setor rural. A colheita recorde da safra 2009/2010, encerrada em junho, reforçou tendência de retração na renda bruta do campo. Ruralistas estão pressionando o governo por uma nova rodada de renegociação das dívidas do setor.
Um novo levantamento conjunto do IBGE e do Ministério da Agricultura, com cotações da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Esalq-USP, apontou ontem que o Valor Bruto da Produção (VBP) das 20 principais lavouras deve ficar abaixo de R$ 160 bilhões, o que será o pior resultado do campo desde 2007. No ano passado, o VBP fechou em R$ 161,34 bilhões e, no início deste ano, previa-se uma renda próxima de R$ 170 bilhões. O cálculo usa valores deflacionados pelo IGP-DI da FGV.
Há uma forte queda na renda dos grãos, sobretudo no Centro-Oeste do país. O VBP da soja recuou 2% até junho, perdendo quase R$ 900 milhões no período. Os produtores de milho perderam, até agora, R$ 1,9 bilhão com a retração de 11% no seu VBP. E os arrozeiros viram sua renda encolher 18,5% - ou um prejuízo de R$ 1,7 bilhão. "A produção elevada da safra provocou uma queda nos preços dos grãos", afirmou o coordenador-geral da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques.
O levantamento do governo mostra que os preços reais da soja, principal produto do setor, recuaram 18% até abril na comparação com 2009. As cotações do milho encolheram 15% no período. O arroz também sofreu forte desvalorização de 9% e o feijão, de 17,5%. Fumo, laranja, mandioca, pimenta e uva também sofrem os efeitos financeiros adversos de redução da renda bruta.
Comissão aprova redução da jornada de trabalho para 40 horas
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais, aprovou por unanimidade no dia 30 de junho o relatório favorável à proposta apresentado pelo deputado Vicentinho (PT-SP) à Proposta de Emenda à Constituição PEC 231/95. A proposta, em tramitação há 14 anos no Congresso Nacional, também aumenta o valor da hora extra de 50% do valor normal para 75%
A expectativa é que a PEC seja votada pelo plenário da Casa no início de agosto, segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que preside a Força Sindical. Cerca de mil representantes de entidades sindicais acompanharam a discussão.
A proposta terá que ser votada em dois turnos e para ser aprovada são necessários no mínimo 308 votos favoráveis. Aprovada na Câmara, a PEC será encaminhada para discussão e votação no Senado Federal.
A última redução do período semanal de trabalho ocorrida no país foi na Constituição de 1988, quando a jornada foi reduzida de 48 para 44 horas. Para Vicentinho, a redução terá pouco impacto nas empresas, pois a média da duração do trabalho já é inferior às 44 horas previstas na Carta.
Além disso, o parlamentar afirma que, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a carga de 40 horas semanais, seguida da manutenção do patamar salarial, significará um crescimento de apenas 1,99% no custo da produção.
De acordo com o vice-presidente da comissão especial, Carlos Sampaio (PSDB-SP), todas as audiências públicas realizadas pelo grupo levaram à conclusão de que a redução da jornada era importante e não prejudicaria o mercado de trabalho. "A alegação de que a redução [da jornada de trabalho] pode gerar demissões não é real. Ela pode implicar a criação de novas vagas. A aprovação da PEC é um ganho real para a sociedade", disse. Fonte Agência Câmara.
Assim como a realização da copa do mundo, olimpíadas, a redução de jornada de trabalho é para país rico. Na África do Sul já estão se questionando, o que faremos com esses estádios monumentais? Diminuir a jornada de trabalho talvez seja uma oportunidade para um maior desenvolvimento do trabalho informal. Será isso realmente que o governo quer? Que nós queremos? Antes da redução da jornada penso que deveria ser oportunizado uma forma decente para o descanso do trabalhador e de sua família. Talvez seja mais adequado pensar também nas comunidades do interior e não só na realidade das grandes cidades.
Para reflexão
"Não preste atenção no que uma pessoa diz, mas sim no que ela faz."
Provérbio japonês

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