terça-feira, 20 de abril de 2010

FOLHA DO NORDESTE

LEODÁRIO SCHUSTER
leodario.schuster@terra.com.br
Normalmente abordamos assuntos pertinentes ao país em geral, o que não é de todo errado, pois é no Brasil que vivemos, trabalhamos, criamos nossos filhos, enfim, o Brasil é nossa pátria amada. No entanto, é bom lembrar que, a cidade que habitamos é nossa árvore, nossa casa nosso ninho. Portanto tudo o que diz respeito a ela é de interesse comum. Nessa vida agitada nem sempre observamos pequenos detalhes, que estão fora do lugar e se arrumados nos farão mais felizes. É com essa vontade que selecionamos alguns itens para tratar. Muito deles estão sendo debatidos no poder Legislativo, talvez fazendo eco a muitos artigos publicados na Folha do Nordeste. Vamos aos fatos: desde o mandato do ex-prefeito Moacir Volpato o assunto sobre a forma como o lixo é estocado e recolhido esteve em pauta e sempre discordamos. Criou-se uma mentalidade de que a cidade não pode ter lixeiras e que os dejetos domésticos devem ser colocados em determinado dia e hora para serem recolhidos pela empresa contratada para essa atividade. Bem, entre minha residência e a de meu vizinho, existe há muitos anos, uma lixeira para ser compartilhada. É uma lixeira simples foi colocada em certa oportunidade em que o Rotary Club fez uma campanha, visando melhorar o visual da cidade. Igual àquelas adotadas por São João da Urtiga. Pois bem, nela é colocado o lixo, bem acondicionado, reciclado, por sinal em sacolas de supermercado, pois elas também servem para isso, não se faz necessário comprar sacos destinados exclusivamente ao lixo. À tardinha, passa um Gari, recolhe todos os sacos, como é feito em toda cidade, amontoa em determinado local, geralmente no meio da rua, para o caminhão recolher. Entre esse intervalo de tempo, os catadores, os cachorros e principalmente as chuvas torrenciais se encarregam de espalhar tudo, ficando uma imagem terrível, além dos problemas naturais decorrentes do acontecido. Vejo que o Legislativo está preocupado com isso. Ponto para eles.
Correios, é lamentável ter que abordar esse assunto, para encaminhar uma carta ou um sedex, enfrentamos uma extensa fila, morosa, para ir ao correio temos que nos preparar psiquiatricamente. Quanto a entrega de correspondências, cartas trocadas de endereço, documentos devidamente endereçados, que ficam na posta restante, enfim, uma empresa que era tida como uma das mais eficientes transformou-se num suplício. Também existem preocupações por parte do Legislativo, mas não estamos vendo nenhum efeito real.
Trânsito, sinalização e velocidade. Assunto já abordado anteriormente, qual a dificuldade de rever a velocidade dos veículos nas vias públicas de Lagoa Vermelha? Qual a dificuldade de humanizar o tráfego de veículos, principalmente nos finais de semana? Todas as Farmácias da cidade ficam no centro, muitas vezes precisamos nos deslocar com um pouco mais de agilidade, mas isso é impossível. Qualquer cidadão tem que acompanhar o cortejo fúnebre. Se existe uma velocidade a ser respeitada a mínima é a metade da máxima. Temos orgulho de Lagoa vermelha ter excelentes clínicas de fisioterapia, no entanto, não raras vezes os automóveis que transportam as pessoas para se submeterem à fisioterapia precisam ficar em fila dupla, pois não raro são os casos em que o paciente necessita de uma cadeira de rodas ou ser amparado por outras pessoas. Qual a dificuldade de existir um espaço destinado ao embarque e desembarque dos pacientes? Apenas boa vontade para tornar a vida mais digna. Quem usa esse tipo de especialidade médica já está estressado emocionalmente. Legisladores olhem para isso.
Calma, ainda tem mais. Lembram quando os trevos de acesso à cidade, na BR 285, eram uns matagais? Pois é! Algumas empresas adotaram os canteiros, gramaram e plantaram flores, com o direito de ter uma pequena placa de publicidade e mostrando aos passantes e visitantes que Lagoa Vermelha está mudando. Pergunto: onde estão às placas de publicidade e porque não podemos mais cultivar nossos canteirinhos de flores?
Para concluir, certamente a sinalização da rodovia BR 285 é de responsabilidade do DENIT. Será que os funcionários encarregados de espalhar as placas indicativas sabem onde fica o Hospital São Paulo? Notem caros leitores que a placa está no trevo do estádio de futebol, quando o mais racional, ao menos penso eu, seria estar no trevo da Rua Protasio Alves que fica a meia dúzia de quadras do Hospital, facilmente encontrável desde que exista uma sinalização adequada como em todas as cidades.
The Economist critica 'Estado forte' defendido por Lula
A revista The Economist critica a postura do governo Lula ao afirmar que o País está "se apaixonando novamente pelo Estado". Na edição que chega às bancas nesta semana, a publicação britânica questiona se o Brasil está aprendendo as lições erradas da recuperação econômica, diante do papel mais forte assumido por empresas estatais após a crise.
A revista destaca declarações da presidenciável Dilma Rousseff sobre o desempenho de instituições como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES após a quebra do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, que impediu um mergulho da economia brasileira. A publicação reconhece que o País reagiu rápido e a breve recessão de 2009 foi como um "pulo no trampolim", já que a previsão é de crescimento de 6% neste ano.
Para a The Economist, as afirmações de Dilma podem ser vistas como retórica pré-eleitoral, para obter votos dos membros do Partido dos Trabalhadores. "Durante muito tempo, o PT acreditou em um socialismo fora de moda. Foi somente depois de seu fundador, Luiz Inácio Lula da Silva, ter descartado isso que ele foi eleito presidente, após a quarta tentativa, em 2002", diz a publicação.
Apesar do discurso de Dilma, a revista não acredita em mudanças no atual balanço entre os setores público e privado no Brasil, já que o Estado não tem recursos suficientes para construir estradas, rodovias e aeroportos. "Mas há muita evidência de que Lula, que muitos esperam continue no poder atrás do trono, se Rousseff ganhar, acredita que um maior papel para o Estado pode ser bom para o Brasil", escreve.
Conforme a The Economist, Lula criou oito novas estatais, lançou recentemente uma proposta para reviver a Telebrás, "o defunto do monopólio estatal de telecomunicações", e anunciou que a Eletrobrás deve ser ampliada para se tornar a "Petrobras do setor elétrico". Além disso, a Petrobras ampliou a presença na petroquímica Braskem e o BNDES e fundos de pensão de estatais aumentaram as participações em diversas empresas privadas.
A revista reconhece que foi útil o papel de instituições como o Banco do Brasil quando o crédito secou, no fim de 2008. Mas avalia que os bancos privados também passaram bem pela crise, sem a necessidade de resgate pelo governo.
Para a publicação, a pressão para reinventar estatal "também ignora o sucesso da privatização". A Petrobras só se tornou líder em exploração em alto-mar depois que dois quintos (2/5) de suas ações foram listadas em Bolsa, acredita a The Economist. Além disso, avalia, a Vale passou de um conglomerado de tamanho médio para uma das maiores mineradoras do mundo após a sua venda para o setor privado.
Abordo o artigo publicado na revista por entender ser importante para nossas reflexões sobre o Estado que queremos. Aliás, devemos urgentemente rever o pacto Federativo, esse está velho e mofado, assim como a forma de Federação.
Para reflexão
"A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes", Adam Smith

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